BENS VINDOS OS CORAJOSOS E FORTES DE CORAÇÃO

"Que os ávidos por reais transformações encontrem aqui a inspiração que os levem à eternidade." (Kabhoz Kahim Kheine)

março 21, 2011

Orgulho, Soberba e Humildade


O ORGULHO,  A SOBERBA  E  A HUMILDADE
O CAMINHO ENTRE O PECADO E A VIRTUDE


Por Frater Angelumes


Querido Ser Maior, que me enviaste ao abismo, impenetrável à Vossa pureza. Agradeço-Vos a oportunidade que se abre à revelação ao meu ser menor de tudo aquilo que tem me afligido, durante esta minha efêmera permanência nas dimensões do esquecimento.


Bem sabeis Senhor, o que tem sucedido a cada momento de minha vida, bem como todos os potenciais possíveis aos quais tenho o dever de revelar-Vos através de minhas escolhas, aquelas que possibilitarão a penetração de Vossa glória na obscuridade que me encontro.


Julgo ter ouvido Vossas mensagens e aqui estou esforçando-me em conhecer a Natureza Divina, na pretensão de agir de acordo com os Vossos desígnios e presença, que não me deixam dúvidas quanto à confiança na Providência Divina e Vosso Propósito Unificador.

O ORGULHO

Minha ânsia de testemunhar pelo que tenho buscado aprender de Ti tem feito parecer-me orgulhoso aos olhos de meus irmãos, mas talvez isso se deva à maneira apaixonada com que tenho utilizado o dom da busca pelo conhecimento, que Vós me concedestes no nascimento.

Outrossim, confesso que meu aparente orgulho talvez se deva à minha incapacidade de ver Vossa imagem refletida em meus semelhantes, o que significa que ainda não me entreguei totalmente a Vós, pois se assim fosse, estaria contemplando Vossa excelsa imagem em todos os seres.

Contudo, Vós que Sois o sublime Pontífice do Absoluto, também me coroou no nascimento com o dom da busca mística, o que explica esta minha paixão e necessidade de testemunhar minhas descobertas acerca de Ti, mesmo àqueles que não desejam ouvir-me ou mesmo conhecer-Te.

A SOBERBA

Longe de mim Senhor a soberba, que somente serve para o auto-engano das pessoas à cerca de si mesmas onde, na tentativa de outorgarem-se atributos que verdadeiramente não possuem, acabam por humilhar desnecessariamente ao próximo, através da arrogância e do desdém.

Caso surpreenda-me exercendo estas práticas iníquas, rogo a Vós Senhor que imediatamente envie-me um sinal seja de qual teor, que me comovas a tempo de reparar a injustiça e engano cometidos contra meus semelhantes, antes contra mim mesmo.

Reconheço Senhor, que me encontro muitíssimo longe da perfeição; por isso, rogo que me envolvas com Vosso manto de Amor para que eu possa contemplar Vossa imagem em todos à minha volta, pois sei que somente Vós Sois Grande e assim a soberba jamais me tocará.

A HUMILDADE

Conceda-me Senhor o dom de estar consciente de minhas limitações, pois a humildade resultante me será justa, sem entretanto, que eu negue as qualidades que Vós me concedestes, às quais devo utilizar com sabedoria em pró de outrem, sem falsa modéstia.

Antes Senhor, que Vossa Luz flua através de mim, para que todos à minha volta possam beneficiar-se Dela, mesmo que não se apercebam de onde provém; pois a bondade que eu seja capaz de transmitir, antes será a Vossa Bondade que, permeando-me, tocou outros corações.

Então Senhor, inspira-me à quietude, para que minhas atitudes não sejam guiadas pela voz do ego e sim pelo silêncio do Espírito, pois as boas obras praticadas em oculto não levantarão a ira daqueles que possuem os corações oprimidos e sensíveis ao orgulho.

O CAMINHO ENTRE O PECADO E A VIRTUDE

O orgulho que enaltece a vaidade do Ego da Ilusão, em detrimento da modéstia do Espírito da Verdade, fatalmente levará o imprudente à mais cruel soberba. Porém, o orgulho que reconhece as reais capacidades concedidas por Deus para o exercício do bem, tem algo de virtuoso.

Igualmente, a humildade que reflete a pessoa consciente das suas próprias limitações, habilita-a ao exercício da mais pura ética e cumprimento de seus deveres morais. Porém, a humildade que tolhe as pessoas de reconhecerem seus direitos, pode encorajar os tiranos a exercerem a opressão.

Por isso Senhor, livra-me tanto do orgulho que leva à soberba, quanto da humildade que leva à opressão. Que eu reconheça com humildade meus limites, para que possa superá-los, e reconheça orgulhosamente os dons que me concedestes, para o cumprimento dos Vossos desígnios.

Amém.


Frater Angelumes